No mundo desenvolvido, a quebra da natalidade constitui um problema sério em países tão diferentes como Alemanha, Finlândia e Japão. Em Portugal acordámos tarde para o problema. Mas mais vale tarde do que nunca.
Até há décadas, uma corrente internacional de opinião defendia a necessidade de travar o crescimento da população mundial, para evitar o esgotamento dos recursos naturais. Hoje, a preocupação dominante é a inversa: a quebra da natalidade.
Essa quebra é generalizada, embora o seu ritmo seja diferente consoante as regiões e os países. Mas até em África ela já se faz sentir. No mundo desenvolvido a quebra da natalidade diminuiu um pouco na França e na Suécia (partindo de níveis baixos) mas constitui um problema sério em países tão diferentes como a Alemanha, a Finlândia e o Japão.
Quando as economias eram predominantemente agrárias, ter mais filhos para cultivar a terra era um objectivo da maioria das famílias. Agora, com outro tipo de economia e uma cultura hedonista apostada no enriquecimento material, os filhos são muitas vezes encarados como um custo económico e limitador dos tempos livres dos pais.
Em Portugal acordámos tarde para o problema. Mas mais vale tarde do que nunca. Importa ter consciência de que esta é uma tarefa de longo prazo, logo sem vantagens eleitorais.
P.S.: Esta coluna regressa na quinta-feira da próxima semana.