O alargamento da União Europeia a Leste foi claramente precipitado e pouco cuidadoso. Há países da antiga órbita soviética que não deveriam ter entrado, como a Hungria.
No ano passado a Hungria e a Rússia acordaram construir dois reactores nucleares para produção de electricidade em território húngaro. O combustível nuclear seria importado da Rússia.
Este negócio é estranho por dois motivos. Primeiro, porque iria agravar ainda mais a dependência europeia da energia russa. E sabe-se como Moscovo tem usado a arma da energia para fins políticos, como dividir a União Europeia.
Depois, porque o acordo representaria um apoio a Putin, numa altura em que ele interfere de forma inaceitável na Ucrânia (até encarou usar armas nucleares na Crimeia). Acresce que a construção dos reactores não envolveu qualquer concurso público – foi atribuída por acordo secreto…
Tudo isto acaba agora de ser bloqueado pela UE. Ainda bem, mas fica a bizarra imagem de um primeiro-ministro húngaro que diz que a democracia do seu país é “iliberal”; e que aposta em laços mais estreitos com a Rússia.
O alargamento da UE a Leste foi claramente precipitado e pouco cuidadoso. Há países da antiga órbita soviética que não deveriam ter entrado na UE. É, infelizmente, o caso da Hungria.