O HSBC e o Telegraph

Há dias, referi aqui a sugestão do deputado Ribeiro e Castro no sentido de, além dos proprietários e principais credores, os órgãos de comunicação social tornarem públicos os anunciantes, para uma maior transparência. Ora o jornal electrónico Observador publicou ontem uma informação que reforça o interesse dessa proposta.

O principal comentador político do "Telegraph" abandonou em Janeiro este jornal conservador de referência. Denuncia ele, agora, que os jornalistas foram impedidos pela administração de investigar o banco HSBC. A administração do "Telegraph" recearia que o banco retirasse do jornal a sua publicidade, o que, aliás, já havia acontecido durante um ano, quando começaram a surgir notícias incómodas.

Claro que uma empresa é livre de anunciar onde quer. Em Portugal empresas, incluindo bancos, por vezes deixaram de anunciar em alguns media, por não gostarem do que eles diziam. Mas, tanto quanto sei, os media em causa não mudaram por isso a sua linha editorial. Daí a conveniência de se saber, com rigor, quem faz ou deixa de fazer publicidade num órgão de comunicação social.