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Ribeiro Cristóvão

Grande jornada

09 fev, 2015

O encontro de Alvalade trouxe à tona algumas pouco conhecidas fragilidades da equipa comandada por Jorge Jesus, deixando a ideia segundo a qual aumenta o seu grau de incapacidade à medida a que sobe a exigência.

O clássico da capital ofuscou em grande parte todos os demais jogos de jornada na qual até se registaram bastas surpresas. Olhando para a agenda da jornada vinte constata-se que, até agora, apenas uma equipa, a do Paços de Ferreira, logrou festejar a vitória em casa.

De um modo geral eram inesperadas as derrotas, em casa, do Vitória de Guimarães, do Estoril Praia e do Marítimo, bem como os empates do Vitória de Setúbal e do Arouca.

De fora fica o derby lisboeta no qual, em cada jogo, se repete a imprevisibilidade do seu desfecho, e o triunfo dos portistas, aguardado sem restrições no quadro de uma certa lógica que o jogo acabou por confirmar.

Ganhando em Moreira de Cónegos, os dragões lançaram pressão sobre os mais directos rivais com pelo menos 24 horas de antecedência. E nem sequer colhe a ideia segundo a qual o Moreirense foi obrigado a jogar limitado por contingências de vária ordem, que colocaram a equipa em antecipada e reconhecida desvantagem. Não há, por isso, nada a opor à vitória indiscutível de uma equipa que parece relançada nos trilhos que voltam a coloca-la na rota do título.

Para isso mais contribuiu o empate do Benfica registado em Alvalade. É que, nesta altura, enquanto o Sporting conserva a distância que já o separava das águias, os dragões aproximaram-se mais dois pontos, reduzindo o seu atraso para apenas quatro pontos.

E o facto de o Benfica ter perdido cinco pontos no curto espaço de quinze dias, ou seja nas suas últimas deslocações, não apenas veio relançar o campeonato, como colocar termo à ideia partilhada por muita gente de que vantagem que havia logrado até Paços de Ferreira era praticamente irrecuperável.

Para além de todos estes dados, que são irrefutáveis, o encontro de Alvalade trouxe à tona algumas pouco conhecidas fragilidades da equipa comandada por Jorge Jesus, deixando a ideia segundo a qual aumenta o seu grau de incapacidade à medida a que sobe a exigência.

Este não foi um clássico de encher o olho. Um jogo onde as preocupações de ordem táctica se sobrepuseram a todo o resto, e as cautelas defensivas de ambos, embora mais acentuadas do Benfica, se tornaram na nota mais dominante da noite. Mas acabou por valer essa estratégia, porque o que mais interessa são os pontos. E a verdade é que os encarnados acabaram por perder apenas dois.