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Raquel Abecasis

Não há solução?

15 out, 2014 • Raquel Abecasis

Os lisboetas estão fartos de viver com buracos e com a cidade suja. Agora, têm que se habituar a viver com bóias.

"Não há solução" é a resposta que António Costa dá, 24 horas depois de Lisboa, pela segunda vez em menos de um mês, ter ficado literalmente debaixo de água. Ora, "não há solução" deveria ser uma resposta proibida na boca de um político. Afinal, é para encontrar soluções que os elegemos e lá diz o ditado: "Quem não tem competência não se estabelece".

Acontece que quem nos diz isto é o homem que acaba de ser eleito por uma vasta maioria para candidato a primeiro-ministro e a líder do Partido Socialista.

Nesse sentido, é bom que quem quer governar o país faça uma espécie de estágio em funções executivas para que saibamos do que é capaz se algum dia for eleito para resolver os problemas nacionais.

António Costa não tem dado com estes episódios grande imagem de si próprio, não só por não ter soluções para os problemas, mas também porque, na hora da aflição, pela segunda vez, os lisboetas não souberam onde estava e o que estava a fazer o seu presidente da câmara.

O candidato a líder do PS e a primeiro-ministro tem de decidir de uma vez por todas se tem tempo para ser candidato e presidente da câmara, sob pena de, se continuar assim, poder vir a sofrer graves danos na sua popularidade.

Os lisboetas estão fartos de viver com buracos – porque não há dinheiro para repavimentar – e com a cidade suja – porque seriam as juntas a cumprir essa missão de forma eficaz, coisa que ainda não aconteceu.

Agora, têm que se habituar a viver com bóias, porque o presidente da câmara diz que não tem soluções e, pasme-se, promete um grupo de trabalho para encontrar respostas. Onde é que já ouvimos isto?