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Francisco Sarsfield Cabral

Os socialistas europeus e a austeridade

24 jun, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Quem manda é a opinião pública alemã. E nada vai mudar.

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, tinha dito que atenuar as políticas de austeridade era uma condição para os socialistas europeus apoiarem Juncker para presidente da Comissão Europeia.

No sábado passado, em Paris, nove líderes socialistas europeus formalizaram esse apoio. Mas Hollande limitou-se a apelar a uma aplicação “suave” das regras orçamentais do euro (que a França não irá cumprir). Depois disso, o BCE criticou uma eventual flexibilização dessas regras.

Dias antes, Sigmar Gabriel (líder do SPD, vice-chanceler da RFA e ministro da Economia) defendera a flexibilização do Pacto de Estabilidade. Posição logo criticada pelos conservadores. Os democratas-cristãos da Baviera consideraram-na “um atentado contra o contribuinte alemão”.

Merkel conversou com S. Gabriel e, no final, afirmou estarem ambos de acordo em que o Pacto de Estabilidade já é suficientemente flexível.

As concessões que os democratas-cristãos de Merkel fizeram ao SPD para governarem em coligação situaram-se no plano interno – zero em matéria europeia. É o que a opinião pública alemã quer. Aí nada vai mudar.