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Francisco Sarsfield Cabral

Cidadãos soldados

26 set, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

É o que tem a Suíça, que há poucos dias referendou o fim do serviço militar obrigatório. Os cidadãos-soldados contribuem para a unidade nacional.

Quase três quartos dos suíços rejeitaram, no domingo, em referendo, o fim do serviço militar obrigatório. A notícia passou quase desapercebida entre nós, abafada sobretudo pelas eleições na Alemanha.

Mas tem interesse verificar que, pelo menos neste caso, não vingou a tendência para Forças Armadas profissionais – ou formadas apenas por voluntários (eram estas as duas propostas rejeitadas pelos eleitores suíços).

Como país neutral, não integrado em quaisquer alianças militares, a defesa da Suíça assenta numa milícia composta por cidadãos. Além do período de aprendizagem, cada suíço que cumpre o serviço militar obrigatório tem de prestar periodicamente curtos períodos de treino e actualização. Entretanto, leva para casa as suas armas.

Este regime de cidadãos-soldados é visto como um factor importante na integração de cada um na vida colectiva da Suíça. E contribui para a unidade nacional, num país onde se falam várias línguas.

Por cá, não falta quem lamente termos perdido, com a profissionalização dos soldados, esse elemento de cidadania e de ligação à pátria.