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Francisco Sarsfield Cabral

Os sábios e os incêndios

30 ago, 2013

Seria mais interessante, mas mais trabalhoso, saber por que motivo nada de eficaz se concretizou em escala significativa ao longo de tantos anos.

Como desde há décadas tem acontecido, uma grande vaga de incêndios florestais suscita dezenas de opiniões sobre como resolver o assunto. Só que o excesso de fogos não se resolve repetindo receitas inexequíveis.

Falta limpar as matas, repete-se pela enésima vez. E lá vêm de novo propostas para pôr soldados, presos, desempregados, beneficiários do rendimento social de inserção, etc. a limpar matas e a abrir caminhos. Não se diz se com algum salário, ainda que simbólico. Nem o que fazer com os resíduos (biomassa?). Denuncia-se que as matas do Estado dão mau exemplo em matéria de limpeza. E que as leis não são cumpridas. Também se critica o excesso de eucaliptos e de pinheiros – as espécies que dão dinheiro e depressa.

Seria mais interessante, mas mais trabalhoso, saber por que motivo nada de eficaz se concretizou em escala significativa ao longo de tantos anos. Se calhar, está errada a ideia defendida desde há quase um século de que Portugal deve ser um país de floresta. Talvez interesse, afinal, ter mais agricultura e menos árvores. É tudo uma questão de incentivos.

PS. Esta coluna vai para férias, regressando no final de Setembro