Emissão Renascença | Ouvir Online

Francisco Sarsfield Cabral

Racionamento e desperdício

07 ago, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

É pura demagogia ignorar que há que fazer escolhas também na saúde e Portugal tem um gasto excessivo em medicamentos e meios de diagnóstico.

Como era inevitável, o tema do racionamento nos cuidados de saúde voltou à baila. Agora, o assunto foi levantado a propósito de certos medicamentos, muito caros e de eficácia duvidosa, para o tratamento do cancro.

O regresso do tema era e é inevitável porque os recursos nunca são ilimitados. Logo, há que fazer escolhas. É pura demagogia ignorar esta realidade. E também é sabido que em Portugal há um gasto excessivo em medicamentos e meios de diagnóstico.

Por isso, o memorando da “troika” prevê a redução dos encargos do Estado com medicamentos.

O acordo a que o Ministério da Saúde chegou com a indústria farmacêutica foi um primeiro passo, que beneficiou o consumidor. O segundo passo vai ser dado agora, com a decisão de centralizar numa comissão de especialistas a escolha de medicamentos para uso nos hospitais públicos.

Como sempre, há quem não goste – sobretudo os que perdem o poder de decisão nos hospitais, poder que lhes dava importância. Mas avança-se no sentido da racionalização e do combate ao desperdício. É o que importa.