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Francisco Sarsfield Cabral

Os privados e o Estado

26 jul, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Seria saudável que as confederações e associações patronais não estivessem demasiado focadas no que os governos fazem ou deixam de fazer.

O sector empresarial privado queixa-se, com razão, que o Estado português é muitas vezes um obstáculo às suas actividades produtivas, em vez de as facilitar e promover. Por outro lado, é conhecida a secular promiscuidade entre negócios e política em Portugal, decorrente da fraqueza da sociedade civil, incluindo a económica, face a um Estado do qual tudo ou quase tudo parece depender.

Por isso, seria saudável que as confederações e associações patronais não estivessem demasiado focadas no que os governos fazem ou deixam de fazer – na política, em suma – e manifestassem alguma autonomia no lançamento de iniciativas fora do envolvimento do Estado.

Os privados e quem os representa deveriam exigir da governação, acima de tudo, um melhor enquadramento para a actividade empresarial. Um sistema de justiça que funcionasse. Impostos mais baixos e que não mudassem constantemente, criando incerteza e assim travando o investimento. Autoridades de regulação que garantissem uma efectiva concorrência. Transparência no uso de dinheiros públicos.

Estas é que são as prioridades.