Francisco Sarsfield Cabral
A banalização das greves
27 jun, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral
Não consta que as inúmeras greves gerais promovidas em países como a Grécia tenham trazido benefícios aos trabalhadores. E, por cá, as centrais não têm, porque não existe, qualquer alternativa credível ao actual executivo.
Hoje é dia de greve geral, a décima que a CGTP convoca, a quarta em dois anos de Governo PSD/CDS.
Agora, também a UGT apela à greve, com receio de ficar mal vista pelos seus filiados mais contestatários. Mas, se a UGT ficar igual à CGTP, com menor peso, deixa de ter sentido.
Uma vez que as greves são seguidas, sobretudo, no sector público, como os transportes, muitos trabalhadores do sector privado – onde as greves são raras – não podem deslocar-se para os seus empregos.
Grande vitória dos trabalhadores, proclamarão as centrais sindicais. No caso da CGTP, é uma necessidade imperiosa manifestar capacidade de mobilização, pois essa é quase a única maneira de o PCP, em decadência, mostrar que ainda tem alguma força.
A greve geral, dizem os seus dirigentes, é para enfraquecer o Governo. Mas eles não têm, porque não existe, qualquer alternativa credível ao actual executivo. Nem consta que as inúmeras greves gerais promovidas em países como a Grécia tenham trazido benefícios aos trabalhadores.
A banalização da greve é um exercício fútil, que assim se arrisca a voltar-se contra os trabalhadores.