Curioso. Apenas um dos três pilares da união bancária está em vias de ser concluído e a Alemanha continua a tentar criar instrumentos para não ter de pagar pelos erros dos outros.
“A crise do euro acabou”, disse em Tóquio o Presidente francês, François Hollande. Curioso: no fim deste mês haverá um Conselho Europeu, onde será debatida a união bancária. Tudo indica – a começar por um documento conjunto de Hollande e Merkel – que pouco ou nada se avançará.
Ontem e hoje, o Tribunal Constitucional da Alemanha promove audições públicas, com vista a uma sentença sobre a constitucionalidade da compra de dívida soberana pelo Banco Central Europeu (BCE), medida muito criticada pelo governador do Bundesbank.
Ora, a decisão de Draghi de comprar dívida soberana no mercado secundário travou a especulação contra os países do euro em dificuldade.
Acresce que apenas um dos três pilares da união bancária está em vias de ser concluído, a supervisão por parte do BCE. A entidade europeia para decidir se um banco deve ou não falir, como se repartem os custos da falência, etc. é travada pela Alemanha, que não quer pagar pelos erros dos outros.
O mesmo se diga do seguro europeu de depósitos bancários. Não admira que subam os juros da dívida dos países periféricos.