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Francisco Sarsfield Cabral

Um pacto transatlântico

14 mai, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Os contactos já decorrem, mas a Europa, como é habitual, está voltada para dentro e, nos Estados Unidos, os congressistas estão mais preocupados em proteger as actividades dos seus eleitores.

A economia europeia está em recessão. A americana cresce, mas menos do que o desejável. O Presidente Obama lançou em Fevereiro um desafio para relançar o crescimento económico nos dois lados do Atlântico: um acordo de liberalização comercial e de investimento entre os Estados Unidos e a União Europeia.

Já se iniciaram contactos, mas este projecto suscitou pouco entusiasmo. A UE, como é habitual, está voltada para dentro. A união bancária, indispensável para ultrapassar a crise das dívidas soberanas, é travada pela Alemanha (pelo menos até às eleições de Setembro).

Nos EUA, os congressistas estão mais preocupados em proteger as actividades dos seus eleitores (serviços financeiros, transporte aéreo de passageiros, etc.) do que em trabalhar para um pacto transatlântico que poderia acrescentar 0,4% ao PIB americano e 0,5% ao europeu.

A Organização Mundial do Comércio tem um novo director-geral, o embaixador brasileiro Roberto Azevedo. Talvez ele possa dar um impulso a este pacto, depois de terem falhado doze anos de negociações da “ronda” de Doha. Apesar de a tradição brasileira ser proteccionista.