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Francisco Sarsfield Cabral

A crise e a extrema-direita

06 mai, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Ao contrário do que aconteceu na Grande Depressão dos anos 30, não são os partidos de esquerda a ganhar popularidade com a actual crise financeira.

A Grande Depressão dos anos 30 do séc. XX deu um impulso aos partidos de esquerda – sobretudo, aos de inspiração marxista, que viam nessa crise o estertor final do capitalismo.

A Depressão também ajudou o nazismo e o fascismo. Mas a influência marxista acentuou-se na Europa depois do fim guerra, que derrotou Hitler, Mussolini e o Japão semi-fascista.

Vivemos desde 2008 a mais grave crise do capitalismo desde a Grande Depressão. No entanto, os partidos de esquerda pouco ou nada ganharam com isso, pelo menos na Europa. Antes, o socialismo democrático também não beneficiara com o colapso do comunismo.

Quem está politicamente a lucrar com a actual crise são as forças de extrema-direita, xenófobas, hostis aos imigrantes e contrárias à integração europeia.

A Frente Nacional, de Marine le Pen, recolhe cerca de 40% das intenções de voto dos franceses. Na Grã-Bretanha ganha terreno o UKIP (United Kingdom Independence Party), que tira votos aos conservadores pela direita. E na Holanda e nos países nórdicos afirmam-se partidos intolerantes e xenófobos, impensáveis há 20 anos.