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Francisco Sarsfield Cabral

Estado paralelo

05 abr, 2013

Existe um autêntico Estado paralelo, que consome muito dinheiro público de forma pouco transparente e sem utilidade comprovada. Ora, o Governo ainda não abanou sequer esse Estado paralelo.

Portugal precisa de reduzir a despesa pública. O Governo falhou ao não lançar uma verdadeira reforma do Estado logo quando iniciou funções. Agora terá de cortar onde puder e não onde seria mais razoável.

Foi ontem divulgado um manifesto de economistas e outras personalidades sobre este assunto vital. É uma contribuição positiva. Com certeza que a esmagadora maioria da despesa pública é mera transferência de dinheiro, com uma função redistributiva. A “máquina do Estado” não gasta com ela própria mais de 15% do total dessa despesa. Mas, por exemplo, existe um autêntico Estado paralelo, que consome muito dinheiro público de forma pouco transparente e sem utilidade comprovada. Ora, o Governo ainda não abanou sequer esse Estado paralelo, diz o manifesto.

O que se fez quanto às fundações foi curto e com muitos erros. O manifesto aponta 13 000 “estruturas sobrepostas” que vivem, pelo menos em parte, do Orçamento. E depois há inúmeros Observatórios, alguns inúteis. E gente a mais nos gabinetes dos ministros, etc. É urgente emagecer a sério o Estado paralelo.