Francisco Sarsfield Cabral

Mais do mesmo

03 abr, 2013

Os empresários – ou alguns deles – até queriam aumentar o salário mínimo, mas desde que todos os seus concorrentes o tivessem de fazer. Esta posição ilustra a fraca conta em que os nossos empresários têm, como sempre tiveram, a concorrência. Querem o Estado a impor a mesma receita a todos.

Parecia positiva a notícia de que as confederações patronais e a UGT teriam chegado a acordo quanto a uma subida do salário mínimo nacional. Mas havia um problema: era preciso que o Governo concordasse em tornar obrigatório, por lei, esse salário.

Ou seja, os empresários – ou alguns deles – até queriam aumentar o salário mínimo, mas desde que todos os seus concorrentes o tivessem de fazer. Esta posição ilustra a fraca conta em que os nossos empresários têm, como sempre tiveram, a concorrência. Querem o Estado a impor a mesma receita a todos.

Há dias surgiu um novo facto. A CIP e a Confederação do Comércio exigiram uma contrapartida do Estado à subida do salário mínimo: a diminuição num ponto percentual da TSU (contribuição das empresas para a segurança social). Sabendo que a segurança social sofre de crescentes dificuldades financeiras. E em Setembro tinham rejeitado descer a TSU.

Nesta questão, como noutras, os empresários portugueses não são capazes de tomar iniciativas sem o respaldo e o dinheiro do Estado. Nada mudou, afinal – é mais do mesmo.