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Ribeiro Cristóvão

Levezinhos ou pesados?

20 jan, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Uma considerável fatia dos comentadores que habitualmente se dedicam à análise de questões relacionadas com o futebol têm feito incidir as suas dúvidas sobre a capacidade de alguns jogadores do Sporting para enfrentar as dificuldades do Inverno.

Levezinhos ou pesados?

Uma considerável fatia dos comentadores que habitualmente se dedicam à análise de questões relacionadas com o futebol têm feito incidir as suas dúvidas sobre a capacidade de alguns jogadores do Sporting terem ou não condições para enfrentar as dificuldades de que o Inverno e os relvados pesados são normalmente portadores.

Sabendo-se que a força da equipa comandada por Leonardo Jardim tem assentado, sobretudo, na qualidade dos jogadores utilizados no meio-campo, por norma o sector nevrálgico do jogo, o aspecto menos robusto de André Martins, por exemplo, parecia justificar essa tese com base naquele importante pormenor. Além disso, o franzino Montero deixava igualmente a ideia de quando fosse necessário recorrer à força física o Sporting teria menor capacidade de resposta.

Sempre pareceu lógico e aceitável este raciocínio. E se agora há boas razões para poder pensar o contrário, sobretudo devido àquilo que se viu no lamaçal de Arouca, não é caso para que daí se parta para guerras surdas contra os comentadores que faziam assentar as suas razões em pressupostos contrários.

Veremos se, a partir de agora, não foram apenas o verdadeiro espírito de entrega ao jogo e uma enorme determinação, que contribuíram decisivamente para que os leões regressassem desta viagem ao norte do país com três preciosos pontos na bagagem.

Mas estes são, no entanto, factores a que não pode deixar de se acrescentar também a perspicácia e a lucidez de um treinador que fez o que devia na hora certa, contribuindo assim para a preciosa vitória alcançada.

A entrada, em momento decisivo, do argelino Slimani, para que a equipa leonina passasse a ter mais força na área, constituiu um óptimo suporte para aquela ideia de que o jogador argelino deu nota recentemente: “voar como uma borboleta, picar como uma abelha”.

E foi esse problema que Pedro Emanuel não conseguiu resolver, quando a sua equipa já dava mostras de estar fisicamente esgotada.

Por isso, o Sporting ganhou com toda a justiça e assim manteve animado o campeonato. De resto, os triunfos do Benfica e do Porto mais não foram do que o cumprimento de expectativas, em jogos nos quais tiveram pouco brilho, apenas se limitaram a ganhar.

Mais para trás ficou o Sporting de Braga ao ceder um empate na Pedreira frente ao lanterna vermelha. Descuido imperdoável de quem alimenta tantas aspirações.