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“É preciso que os abortos nos hospitais passem a ser residuais”

10 mar, 2015 • Raquel Abecasis

Em entrevista à Renascença, o ministro da Saúde diz que o aborto não pode ser usado como método de planeamento familiar. Paulo Macedo defende ainda a abertura de mais vagas para cursos de medicina.

“É preciso que os abortos nos hospitais passem a ser residuais”
Paulo Macedo diz estar preocupado com dados da Direcção-geral da Saúde que indicam que o aborto está a ser usado como método de planeamento familiar. Em entrevista ao programa Terça à Noite, da Renascença, o ministro diz ainda que é necessário abrir mais vagas para o curso de medicina.
Paulo Macedo diz estar preocupado com dados da Direcção-geral da Saúde que indicam que o aborto está a ser usado como método de planeamento familiar.

“Este não deve ser o método de planeamento familiar, aliás é a ausência de planeamento por definição”, diz o ministro da Saúde.

O governante diz que “devemos agir de forma a que cada vez mais as interrupções voluntárias da gravidez sejam residuais”, mas acha que a imposição de taxas moderadoras não irá resolver o problema.

Em entrevista ao programa Terça à Noite, da Renascença, o ministro diz que é necessário abrir mais vagas para o curso de medicina. “Tem que se entender que parece um paradoxo que temos um dos números clausus mais restritos precisamente na área em que temos pleno emprego”.

Paulo Macedo deixa o compromisso de que no final do mandato o projecto do novo hospital de Todos os Santos ficará “delineado e com uma possibilidade de financiamento concreta” e adianta ainda que esta unidade tem agora previstas mais camas do que o projecto inicial e, apesar dos pedidos em sentido contrário, vai mesmo integrar o hospital pediátrico.

Melhores urgências, mais camas de cuidados continuados
Questionado sobre a ruptura dos serviços de urgência, o ministro compromete-se a remodelar até ao próximo Inverno as urgências dos hospitais: “As urgências de facto têm que ser remodeladas em termos pontuais no caso físico relativamente ao Amadora (Sintra), o Barreiro Montijo, o caso de Portalegre e o caso de Gaia”, diz.

Paulo Macedo reconhece que muitas camas de hospital estão neste momento ocupadas indevidamente com a população mais idosa e garante que ainda este ano as camas para cuidados continuados vão duplicar de 150 para 300.

Paulo Macedo salienta no entanto que apesar da crise os indicadores de saúde têm melhorado e dá o exemplo dos números da tuberculose, sublinhando que “Portugal, pela primeira vez na sua história vai passar para o número de países europeus com baixa incidência de taxa de tuberculose, ou seja fica abaixo dos 20 casos por cem mil habitantes”.