Director do maior hospital do país não vai "normalizar a anormalidade" das listas de espera

09 dez, 2014 • Raquel Abecasis

Em entrevista à Renascença, Miguel Oliveira da Silva rejeita a ideia de que a crise esteja a ter impacto negativo no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Director do maior hospital do país não vai "normalizar a anormalidade" das listas de espera
O novo director clínico do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que inclui o Hospital de Santa Maria, o maior hospital do país, define as listas de espera e os doentes em macas nos corredores como os dois maiores problemas que enfrenta.

O novo director clínico do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que inclui o Hospital de Santa Maria, o maior hospital do país, define as listas de espera e os doentes em macas nos corredores como os dois maiores problemas que enfrenta.

“Há coisas perante as quais não me vou habituar, porque não vou normalizar a anormalidade”, afirma Miguel Oliveira da Silva em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.

Para o director clínico do maior hospital do país, “será sempre uma anormalidade ver um doente deitado numa maca e, no serviço em baixo, ao lado ou em cima, haver camas vazias”.

Miguel Oliveira da Silva defende que só há uma solução para resolver os problemas de listas de espera: “A absoluta necessidade de haver a coragem política de separar o público e o privado na área da saúde”.

O responsável clínico do Santa Maria diz mesmo que essa é uma das causas que origina a enorme lista de espera em oftalmologia, por exemplo.

Nesta entrevista à Renascença, rejeita a ideia de que a crise esteja a ter impacto negativo no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Miguel Oliveira da Silva garante que no seu hospital nunca teve restrições na compra de medicamentos ou equipamento e conclui que “não há hoje algum indicador sólido que nos diga: piorou a saúde neste aspecto em Portugal por causa da crise”.