“Terça à Noite”

“Nos tempos que correm a Igreja tem que ser mais política”

06 set, 2011

O presidente da comissão da Pastoral Social anuncia, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença, que vai propor a criação de grupos sociais, que envolvam as pessoas localmente, para que vão ao encontro das necessidades.

“Nos tempos que correm a Igreja tem que ser mais política”

“A atenção da comunidade tem que estar voltada para aqui”, afirma D. Carlos Azevedo. ”Nós andamos muito entretidos com a liturgia, muito voltados para o culto, para um certo espiritualismo, mas eu penso que as nossas celebrações cristãs precisam de ser muito mais políticas”, sublinha.

Numa entrevista em que falou da crise social que o país atravessa, D. Carlos Azevedo defende a importância de que as pessoas percebam que têm que adaptar as suas vidas a uma nova realidade e considerou como mais preocupante o problema das pessoas que vieram para as cidades “meteram-se num cubículo e agora estão no desemprego e não têm nada a que recorrer”.

Quanto ao papel que as instituições de solidariedade social vão passar a ter e à sua eventual incapacidade financeira para fazer face a um provável aumento da procura, D. Carlos Azevedo diz que também estas instituições têm que “reequilibrar as suas finanças e tornar as contas mais transparentes, que até aqui, em muitos casos, não têm sido”.

Nesta entrevista à Renascença. D. Carlos Azevedo considerou que estes são tempos de grande responsabilidade para a Igreja, que tem aqui campo livre para evangelizar e dar às pessoas o sentido da vida que procuram, nomeadamente os jovens.

"A Igreja tem de ser mais política”