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Direcções gerais do ministério impedem autonomia nas escolas

28 mai, 2014 • Raquel Abecasis

A acusação é lançada, em entrevista à Renascença, pelo presidente do Conselho de Escolas.

Direcções gerais do ministério impedem autonomia nas escolas
Ainda há um longo caminho a percorrer para que se possa falar de autonomia nas escolas portuguesas, diz José Eduardo Lemos. O Presidente do Conselho de Escolas reconhece que alguns "pequenos passos" já foram dados por este ministro mas, o problema surge quando "as decisões esbarram no poder das direcções gerais".

Ainda há um longo caminho a percorrer para que se possa falar de autonomia nas escolas portuguesas, afirma o presidente do Conselho de Escolas, José Eduardo Lemos, em entrevista ao programa Terça à Noite da Renascença.

José Eduardo Lemos reconhece que alguns "pequenos passos" já foram dados pelo ministro Nuno Crato, mas o problema surge quando "as decisões esbarram no poder das direcções gerais".

O também director de uma escola na Póvoa do Varzim diz que os directores não têm autonomia para decidir sobre uma visita de estudo, "nem sobre uma infinidade de outras coisas".

Reconhecendo que, apesar de tudo, o actual ministro da Educação já tomou algumas decisões "importantes" que dão poder as escolas de "organizarem, por exemplo, os tempos lectivos e de terem alguma autonomia em termos de curriculares", José Eduardo Lemos lamenta que, quando há problemas, o Ministério prefira "limitar o poder das escolas a fiscalizar os abusos".

Por isso, diz o director do Conselho de Escolas, é muito difícil conceder às escolas o poder de contratar os seus professores, o que impede uma verdadeira autonomia.

No final de mais um ano lectivo, José Eduardo Lemos considera que este não foi um ano diferente dos anteriores. "É claro que se sentiu a austeridade", mas isso não é uma novidade deste ano e acrescenta: "nas escolas os professores estão apreensivos quanto ao futuro, mas essa é uma realidade em todo o país".