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Cavaco desafiado a servir de mediador entre Governo e PS

18 mar, 2014 • Raquel Abecasis

Alexandre Soares dos Santos diz que o manifesto que defende a reestruturação da dívida portuguesa surge "na pior altura possível". E critica Passos e Seguro por não se entenderem.

Cavaco desafiado a servir de mediador entre Governo e PS
Alexandre Soares dos Santos diz que o manifesto que defende a reestruturação da dívida portuguesa surge "na pior altura possível". E critica Passos e Seguro por não se entenderem.

O Presidente da República é desafiado a intervir sobre as "divergências insanáveis" entre o PS e o Governo. Alexandre Soares dos Santos considera que Cavaco Silva deve convocar PSD, PS e CDS à mesa das negociações para um entendimento necessário, mas não deve ser um mero espectador.

Em entrevista à Renascença, o empresário sustenta que Cavaco deve moderar as conversações e revelar aos portugueses as razões da falta de compromisso. "Devia depois informar os portugueses sobre o que é que discutiram. O Presidente é o único que é eleito por sufrágio universal e é a essas pessoas que ele tem a obrigação de informar".

Sobre as famosas "divergências insanáveis" entre o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o líder do PS, António José Seguro, o presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos é duro: "são lamentáveis essa frases até porque essas mesmas pessoas em particular não dizem isso e eu falo com conhecimento de causa".

"O problema é que esses senhores já há muito tempo deviam ter feito o acordo e agora, como estão em vésperas de eleições, não querem acordo nenhum e não percebem que se não houver um acordo a dez anos no mínimo, para ser cumprido qualquer que seja o partido que ganhe as eleições, nós não vamos a parte nenhuma", critica. "Os partidos políticos são daqueles que mais têm contribuído para o atraso em que Portugal entrou."

Alexandre Soares dos Santos duvida que a maior parte dos subscritores do chamado "Manifesto dos 70", que defende a reestruturação da dívida portuguesa, tenham lido o documento e diz que ele surge "na pior altura possível, independentemente do mérito da questão". Quanto ao conteúdo, ironiza: "Um manifesto escrito na pastelaria. Está tudo dito."