14 mai, 2013 • Paulo Ribeiro Pinto
Manuela Arcanjo afirma que o Governo não está a fazer reformas estruturais na máquina do Estado e a chamada “TSU dos pensionistas” é exemplo disso. Para a ex-ministra da Saúde e ex-secretária de Estado do Orçamento “está-se a construir o edifício pelo telhado, numa caça de medidas”.
Em declarações ao programa “Terça à Noite”, da Renascença, a antiga secretária de Estado do Orçamento do primeiro Governo de António Guterres acredita que o Governo tem tomado medidas “não pensadas e desarticuladas”. A professora universitária do ISEG diz que o ministro das Finanças está a “fazer tiro ao alvo” com o único objectivo de reduzir o défice “sem olhar aos efeitos macroeconómicos”.
Manuela Arcanjo defende que a taxa de sustentabilidade sobre as pensões não é mais do que “dar um nome diferente à actual taxa de contribuição extraordinária de solidariedade, tornando-a permanente”.
Crítica do programa de ajustamento económico e financeiro, Manuela Arcanjo acredita que Portugal poderá não escapar a um segundo resgate financeiro, apesar de elogiar o regresso aos mercados com a emissão de obrigações do tesouro a 10 anos.
A ex-ministra está convicta de que as metas do défice para este ano e o próximo não vão ser cumpridas sublinhando “o irrealismo” das mesmas.
A também professora universitária comenta as duas últimas semanas de relação dos parceiros de coligação e afirma que “o Governo perdeu a confiança dos portugueses.”