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“Há excessiva intervenção do Estado nas famílias”

13 mar, 2013 • Raquel Abecasis

Presidente da Federação Portuguesa pela Vida pede a revisão de leis ditas fracturantes e confirma que há um “ambiente de chantagem”, que leva muitas mães a serem pressionadas a abortar e outras a quem são retiradas as crianças sem razões objectivas.

“Há excessiva intervenção do Estado nas famílias”
Em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença, a presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Isilda Pegado, acusa o Estado de estar a enfraquecer e a favorecer uma intervenção excessiva junto das famílias, critica as leis fracturantes aprovadas por motivos puramente ideológicos e confirma que há chantagem de entidades ligadas ao Estado para que as mulheres abortem.

A presidente da Federação Portuguesa pela Vida considera, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença, que há uma excessiva intervenção do Estado nas famílias.

“Há uma excessiva intervenção do Estado dentro das famílias. O que tenho a consciência é de que há este sentimento de quase… a protecção das crianças deixou de ser uma coisa boa e passou quase a ser uma polícia para as nossas famílias, em alguns casos há uma acção excessiva” da Segurança Social e da protecção de menores, afirma Isilda Pegado.

A advogada fala dos muitos casos relacionados com a retirada de guarda de crianças. Isilda Pegado, que tem trabalhado nesta área, confirmou que neste momento há um “ambiente de chantagem”, que leva muitas mães a serem pressionadas a abortar e outras a quem são retiradas as crianças sem razões objectivas.

“Eu tenho alguns relatos de chantagens feitas quer por técnicos da Segurança Social quer directamente. Directamente, tive dois casos, um de uma direcção de uma escola e outro de um médico, a pressionarem as pessoas para fazer o aborto.”

A Federação Portuguesa pela Vida entregou nos últimos dias, no Parlamento, a petição “Defender o Futuro”, onde mais de cinco mil subscritores pedem a revisão de leis ditas fracturantes, como do aborto, procriação medicamente assistida, divórcio, casamento homossexual, mudança de sexo e do financiamento do ensino privado.

Isilda Pegado argumenta que o Estado gasta excessivo dinheiro por motivos ideológicos e garante que “bastaria um diploma a dizer que deixava de ser equiparado a prática do aborto à maternidade”, para que os subscritores da petição sentissem que algumas injustiças acabavam.