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As SCUT, as portagens e os distúrbios

15 dez, 2011

Miguel Relvas, ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, disse que os portugueses têm de perceber que o Governo não tem alternativa à introdução de portagens, já que é obrigado a “pagar as dívidas que outros assumiram”.

O ministro - um dos membros do Governo com maior peso político – foi questionado sobre os incidentes que se têm registado na A22, no Algarve, e respondeu dizendo que “ninguém põe portagens porque gosta de pôr”.

O ministro afirmou ter consciência dos “tempos difíceis” que o país atravessa e sustentou que “a maioria dos portugueses sabe que o este Governo não tem alternativas, porque se gastou o que se tinha e o que não se tinha”.

No caso da introdução das portagens nas antigas SCUT, Relvas afirmou que cabe a este Governo a “tarefa ingrata de pagar as dívidas que outros assumiram no passado”.

Estas declarações surgem numa quarta-feira em que as forças de segurança reforçaram a vigilância nas imediações de pórticos de leitura óptica da passagem de veículos, num movimento que responde ao incidente mais grave desde a introdução de portagens: os disparos que na última noite atingiram um funcionário da concessionária próxima de Albufeira.

Para além deste incidente violento há também a registar um aumento invulgar no furto de matrículas na região, em particular na cidade de Olhão.

A posição da “Estradas de Portugal” é de esperar para ver, no sentido de se apurar com rigor se há alguma relação directa entre estes roubos de matrículas e eventuais infracções na Via do Infante.

Também sem assumir uma relação directa de causalidade entre os furtos e a entrada em vigor das portagens electrónicas, a agência Lusa revela que, em menos de 15 dias, foram já roubadas cerca de 30 matrículas.

A polémica à volta das portagens é tema para desenvolver no Destaque do Edição da Noite, numa emissão onde o presidente da BP Portugal irá dizer que acredita na retoma económica em 2013, apesar de admitir que no próximo ano os portugueses vão continuar a consumir menos gasóleo e gasolina.

No Edição Internacional vamos analisar as mais graves manifestações na Rússia desde a “Perestroika”, há mais de 20 anos, e tentar perceber se o espírito da Primavera Árabe chegou já a Moscovo e pode fazer perigar o regresso de Vladimir Putin ao Kremlin previsto para as presidenciais de Março próximo.