"Mini-crash” nas bolsas europeias

As bolsas europeias também reflectiram negativamente ao longo do dia esses receios: os especialistas descrevem mesmo o que aconteceu ao longo do dia como um “mini-crash” no mercado de capitais do velho continente, com uma queda acentuada no que foi o terceiro pior dia do ano.

A pressionar os mercados de dívida esteve a derrota da CDU, de Angela Merkel, nas eleições regionais no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, que está a fazer aumentar os receios de um “recuo” da Alemanha face às ajudas europeias aos países em dificuldades.

Um cenário que se coloca num momento em que a segunda ajuda à Grécia ainda não está totalmente assegurada, o que agudiza os receios dos investidores quanto ao futuro da economia europeia. Noutro cenário também se admite que outros países, como a Itália possam precisar de ajuda financeira.

Os juros da dívida pública da Grécia a dois anos atingiram hoje um numero nunca antes observado acima dos 50%.
 
A derrota de Angela Merkel nas eleições explica parte do comportamento dos mercados, a outra explicação vem das palavras da Directora Geral do FMI, Christine Lagarde alertando para os riscos de uma recessão iminente em toda a economia mundial. De nada serviram, esta manhã, as palavras de Durão Barroso contradizendo as palavras da nova directora geral do FMI.
 
A semana que hoje se iniciou promete ser de grande volatilidade nos mercados, já que não vão faltar referências macro-económicas: reunião do BCE para os juros, publicação do relatório da Reserva Federal sobre a economia norte-americana e o voto dos deputados alemães para a participação no resgate grego.
 
E, claro, também esperar por esta terça-feira para avaliar a reacção de Wall Street a estes renovados receios de recessão global, recordando que a Bolsa de Nova Iorque esteve encerrada, esta segunda-feira, pelo feriado do Dia do Trabalhador nos Estados Unidos.
 
A nova queda nas Bolsas pelos renovados receios a uma recessão é tema para desenvolver a seguir no Destaque do Edição da Noite, emissão que assinala, a seguir, o regresso do espaço de debate político Falar Claro com José Vera Jardim e Nuno Morais Sarmento e moderação de Raquel Abecasis.