Edição da Noite

Passos Coelho endurece o discurso

12 abr, 2011

O líder do PSD acusou, esta noite, o primeiro-ministro de ter apresentado a sua demissão ao Presidente da República "quando sabia que não tinha dinheiro" para pagar os compromissos do Estado português.

Em entrevista à TVI, Pedro Passos Coelho recusou que tenha sido o chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento 4 pela oposição a abrir "as portas à entrada do FMI e do fundo europeu em Portugal".

Pedro Passos Coelho disse estar convencido de que José Sócrates "apresentou a demissão quando percebeu que a sua estratégia de ocultação tinha terminado, que o país inteiro e os nossos parceiros tinham percebido que a estratégia que estava delineada não seria bem sucedida e que era melhor vitimizar-se culpando disso a oposição".

O presidente do PSD afirmou também que pretende formar um Governo abrangente "com outras forças políticas, quer com o CDS, quer eventualmente com o PS", mas sem o actual primeiro-ministro, José Sócrates.

Estas declarações surgem quando se aceleram os contactos oficiais entre a Comissão Europeia e FMI e as autoridades portuguesas que, amanhã, terça-feira assumirão um carácter mais formal e que hoje, de acordo com o “Público”, já tiveram a sua primeira fase com uma reunião de técnicos do FMI e da Comissão Europeia com funcionários do Banco de Portugal.

Enquanto isso, o chefe-adjunto da missão técnica da Comissão Europeia, Massimo Suardi, dorme já, esta noite num hotel de Lisboa, juntando-se, depois, na amanhã aos membros do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional.

A delegação europeia é chefiada pelo alemão Jürgen Kröger e o FMI pelo dinamarquês Poul Thomsen, o homem que liderou as negociações do fundo com a Grécia e a Islândia.

Como é habitual às segundas-feiras, a actualidade política nacional vai estar em análise no programa “Falar Claro”, com o social-democrata Nuno Morais Sarmento em declarações ao jornalista Castro Moura, esta semana sem a presença do socialista Vera Jardim.