En Nome da Lei

Como podem as vítimas de um erro de justiça ser indemnizadas?

03 nov, 2012

O tema esteve este sábado em debate no programa “Em Nome da Lei”, que se debruçou sobre o caso invulgar de Bacar Baldé, um trabalhador das obras de origem guineense, condenado pela violação de uma rapariga deficiente, mas cujos testes de ADN provaram estar inocente.

Como podem as vítimas de um erro de justiça ser indemnizadas?
O caso está a ser seguido nos Estados Unidos por activistas contra a pena de morte. Um trabalhador das obras, de origem guineense, foi condenado à revelia pelo tribunal de Gaia, sem nunca ter sido constituído arguido, por violação de uma menor deficiente.

Foi condenado, porque no local do crime encontraram o bilhete de identidade que Bacar Baldé tinha perdido em Espanha, quando lá trabalhava.

Bacar Baldé esteve preso durante um mês no Estabelecimento Prisional de Lisboa e, durante esse tempo, voluntariou-se para fazer testes de ADN, que revelaram não ser ele o autor do crime.

O juiz que o condenou ordenou a sua imediata libertação, mas, até hoje, Bacar Baldé não teve nem um pedido de desculpas nem uma sentença que revogue a sua condenação.

Nos arquivos da polícia continua a constar como violador.

É deste caso que parte a conversa deste sábado no programa “Em Nome da Lei”, dedicado a erros judiciários e o direito das vítimas à indemnização pelo Estado.

Bacar Baldé é um dos convidados. E garante: um violador “não é bem olhado na cadeia. Em todo o lado que saia, é socos, é insultos…”.

Convidado é também o seu advogado, Ricardo Serrano Vieira, e a juíza Ana Celeste Carvalho, autora de um livro sobre erros judiciários e professora na escola de formação dos candidatos a magistrados judiciais e do Ministério Público.

No debate participa ainda um dos dois comentadores residentes: o advogado e professor de Direito Público, Luís Fábrica, para quem este caso é revelador de como em Portugal há uma Justiça para ricos e outra para pobres.

A conversa moderada pela jornalista Marina Pimentel.

O “Em Nome da Lei” passa todos os sábados na Renascença, entre as 12h00 e as 13h00.