Uma chamada de atenção aos automobilistas pode ser mais eficaz do que uma multa, muitas vezes sentida como traiçoeira. A ideia do protesto das forças de segurança parece, assim, sensata.
Uma das formas de protesto contra o atraso na aprovação do estatuto da PSP (atraso que, espera-se, deve terminar esta semana, bem como o do estatuto da GNR), é menos rigor nas multas e maior empenhamento na prevenção. Ou seja, menos repressão e mais pedagogia.
É uma ideia sensata, até porque não elimina as multas em casos graves. Mais: sem defender qualquer sistemática tolerância às multas, a actuação da polícia e da GNR devia dar prioridade à pedagogia, independentemente de conflitos sindicais.
Um aviso, uma chamada de atenção a automobilistas que conduzam de forma menos correcta podem ser mais eficazes do que uma multa. Sobretudo, quando esta parece resultar de uma “caça à multa”, com agentes escondidos em locais estratégicos para apanharem condutores desprevenidos.
Uma multa sentida como “traiçoeira” gera revolta nos infractores; pelo contrário, um aviso e um conselho suscitam a boa vontade dos visados.
O mesmo se pode aplicar a pequenas infracções que não tenham a ver com a condução automóvel. Desde que se actue com prudência e inteligência.