Há 20 meses que o FC Porto não perde para a Liga

27 out, 2011 • Pedro Azevedo

A última derrota foi a 28 de Fevereiro de 2010.

Há 20 meses que o FC Porto não perde para a Liga
Mais um troféu para o Museu do FC Porto. Dragões conquistam Supertaça Cândido de Oliveira (2-1 ao Vit. Guimarães)

São 607 dias sem conviver com o desaire. 20 meses que correspondem a 47 jogos sem derrotas em três campeonatos: os últimos nove jogos de Jesualdo Ferreira no comando dos dragões na Liga de 2009-10, os 30 encontros da intratável era Villas-Boas de 2010-11 e as oito primeiras jornadas da presente época. Cabe a Vítor Pereira o ousado desafio de tentar derrubar o recorde da História da Liga Portuguesa que pertence ao Benfica. O clube encarnado esteve imune à derrota durante uma longa série de 56 jogos, entre 24 de Outubro de 1976 e 28 de Agosto de 1978.  

Foi o Sporting que cometeu a proeza de derrotar pela última vez o FC Porto, no campeonato. Em Alvalade, a 28 de Fevereiro de 2010, Djaló, Izmailov e Miguel Veloso marcaram os golos de um triunfo indiscutível por 3-0, sob o comando técnico de Carlos Carvalhal. Da equipa do Porto resistem Helton, Fucile, Rolando, Álvaro Pereira e Varela que foram titulares e Guarin, Belluschi e Cristian Rodriguez, suplentes utilizados. O oficial do exército João Ferreira foi o árbitro que dirigiu a última continência do Porto a um adversário, na principal prova do futebol português. 

Para José Neto, especialista em metodologia de treino, e mestre em psicologia desportiva, “os estigmas das vitórias no tempo assumem uma componente de exigência em que é difícil desculpar resultados que não sejam positivos e até mesmo exibições menos conseguidas”. José Neto foi adjunto de Pedroto no Porto e conhece bem a casa azul e branca. O especialista entende que a série incólume dos portistas no campeonato “serve de eixo mediador para o futuro através de três questões. Desde logo, os bons resultados poderem ter como recompensa a repetição ou melhoria. Outro aspecto, prende-se com a reconversão em novos objectivos de conquista que estabelece como regra um ranking de sucesso (objectivos difíceis e encorajadores são os que provocam melhor rendimento). A terceira questão aponta para uma avaliação de desempenho das capacidades individuais e colectivas da equipa e sobretudo a relação que se estabelece entre as mesmas”.
 
Nesta análise em Bola Branca, José Neto finaliza referindo que “na avaliação de competências, a reorganização processual nos planos físico, táctico, mental, biológico e motivacional, representa a fonte mobilizadora para novas conquistas. Mas isso já depende da liderança, da equipa e de quem conduz a gestão operacional para o rendimento. E neste âmbito o Porto esteve e estará sempre muito bem servido”.