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Dívidas dos hospitais estão a deixar empresas sem pagar salários

05 mar, 2012 • Paulo Ribeiro Pinto

A maior empresa nacional de fornecimento de equipamentos médicos é um dos casos. As facturas mais atrasadas datam de Janeiro de 2010.

Dívidas dos hospitais estão a deixar empresas sem pagar salários
As dívidas do Serviço Nacional de Saúde aos fornecedores estão a impedir algumas empresas de pagar salários. É o caso da PMH, a maior empresa nacional de fornecimento de equipamentos médicos, que já tem a haver do Estado 5,5 milhões de euros de facturas em atraso.

A empresa de Samora Correia não conseguiu pagar os subsídios de Natal do ano passado e viu a dívida aumentar 500 mil euros entre Janeiro e Fevereiro.

“O valor já aumentou face à situação que vivíamos há um mês. Não há pagamentos constantes por parte dos hospitais - não cumprem mensalmente o que deviam das facturas que vão vencendo”, refere à Renascença o director financeiro, Rui Santos.

Na semana passada, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou uma verba de 1500 milhões de euros para pagar aos fornecedores do sector da saúde. O dinheiro pode aliviar a tesouraria de algumas empresas. O pior é aguentar até lá.

“Acreditamos que será desta vez. De qualquer maneira, a situação só será resolvida em Abril. Ainda temos o mês de Março pela frente. Se não recebermos nada durante o mês de Março, será mais um mês de fornecimentos – ou seja, mais cerca de 600 mil a 700 mil euros – que ficarão em mora com a nossa empresa”, sublinha Rui Santos.

Até agora, a empresa só conseguiu equilibrar as contas, porque houve hospitais que pagaram algumas dívidas.

“Esses hospitais fizeram um esforço e efectuaram pagamentos, nomeadamente o Centro Hospital de Lisboa Norte, que congrega o Hospital de Santa Maria. Fizeram um esforço para não deixar a dívida chegar a um ano”, afirma o responsável.

As facturas mais atrasadas têm data de Janeiro de 2010.

A PHM tem mais de 550 trabalhadores em dois pólos de produção, um em Samora Correia e outro em Penafiel.