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Portugueses acima da média europeia quanto à esperança de vida saudável

07 jul, 2015 • Anabela Góis

Doenças do aparelho circulatório, tumores malignos e doenças respiratórias são as principais causas de morte.

Em dez anos, a esperança de vida aumentou dois e a esperança de vida saudável também cresceu, tanto para homens como para mulheres. É o que referem os mais recentes dados da Direcção-geral da Saúde, num relatório que traça o perfil da saúde dos residentes no território nacional.

De acordo com este documento, as diferenças esbateram-se. Agora, aos 65 anos os homens têm mais 9,6 anos de esperança de vida saudável e as mulheres mais 9,3. Em qualquer um dos casos é mais do que a média europeia (oito anos e meio).

Os fumadores perdem, em média, dez anos de expectativa potencial de vida, mas são os maus hábitos alimentares, a hipertensão arterial e o excesso de peso que mais contribuem para a perda de anos de vida saudável dos portugueses.

As doenças do aparelho circulatório são a principal cauda de morte em Portugal, logo a seguir aos tumores malignos e as doenças respiratórias.

De acordo com o documento divulgado esta terça-feira, hábitos alimentares errados e hipertensão arterial são os factores que mais contribuem para a redução de anos de vida saudável dos portugueses.

Depois das doenças do aparelho circulatório e os tumores malignos, as doenças respiratórias são a terceira causa de morte em Portugal. Dentro das doenças respiratórias, as pneumonias e as gripes são cada vez mais responsáveis pelos internamentos hospitalares e são também responsáveis pela mortalidade intra-hospitalar.

Retrato positivo
Na sequência do aumento da esperança de vida e do controlo das doenças transmissíveis, 85% da carga da doença em Portugal corresponde a doenças crónicas, um fenómeno comum a muitos países europeus.

Portugal continua a ter um dos índices mais baixos de mortalidade infantil e uma elevada cobertura vacinal, tendo sido consolidada a eliminação de doenças como sarampo, rubéola, poliomielite aguda e difteria.

A linha dos nascimentos continua em queda: as mulheres têm em média mais filhos entre os 30 e os 34 anos.
 
O retrato da saúde dos portugueses mostra uma tendência positiva na última década nos principais indicadores de saúde. O grande desafio para o futuro é prever a evolução das doenças oncológicas, das doenças cérebro e cardiovasculares e da diabetes.

"A Saúde dos Portugueses. Perspectiva 2015" traça o perfil da saúde dos cidadãos residentes no território nacional entre 2004 e 2014 foi apresentada esta terça-feira em Lisboa, na presença do ministro da Saúde.