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Farmácias facilitam e dispensam medicamentos sem receita

27 mai, 2015

Estudo demostra que nem sempre os medicamentos foram disponibilizados em 24 horas, conforme prevê a lei. A Deco lembra que situações dessas devem ser denunciadas.

Farmácias facilitam e dispensam medicamentos sem receita

Ainda há farmácias que vendem sem receita medicamentos que só deviam ser dispensados com prescrição médica, concluiu um estudo elaborado pela Deco. O relatório revela que 14% dos inquiridos sobre os serviços das farmácias conseguiram compraram medicamentos sujeitos a receita médica sem esta prescrição, incluindo ansiolíticos, que devem ser tomados com precaução.

“Este estudo surpreendeu-nos imenso não só porque esses números são elevados, mas também porque se trata de medicamentos relativamente preocupantes (antibióticos, ansiolíticos, anti hipertensivos)”, diz à Renascença Bruno Santos, da Associação de Defesa do Consumidor, acrescentando que mais ficou surpreendido “porque se tratava de farmácias a que os utentes tinham recorrido e onde não eram clientes assíduos”.

De acordo com este inquérito, os farmacêuticos ou técnicos superiores de farmácia são “os primeiros profissionais consultados por 78% dos inquiridos quando surge um problema menor de saúde, como uma dor de cabeça, azia ou constipação”.

“Cerca de metade dos que têm dificuldades com medicamentos (não saber como tomar, efeitos secundários, indicações, etc.) segue o mesmo caminho, porque o farmacêutico é um grande conhecedor na matéria”, lê-se no documento.

Segundo o inquérito, "as farmácias nem sempre têm o que os consumidores procuram: quatro em cada dez inquiridos revelaram ter desistido de comprar um fármaco no último ano" por este não existir na farmácia.

"Metade indicou ter esperado mais de 24 horas pela sua chegada ao balcão e a mesma proporção afirmou ter sido obrigada a percorrer vários estabelecimentos à procura", lê-se na publicação da Deco.

Estas situações têm de ser denunciadas, diz Bruno Santos. “Se o consumidor sentir que está a ser lesado, que o seu tratamento está a ser colocado em causa certamente que deve dirigir-se à farmácia e perguntar ‘porque é que a minha farmácia não me consegue repor o medicamento dentro do prazo útil definido?’. É fundamental que o sistema seja capaz de providenciar o medicamento dentro das 12 horas limite que estão hoje previstas na lei”, remata.

O inquérito, cujos resultados serão publicados na edição de Junho da 'Teste Saúde', baseou-se na participação de 1.345 inquiridos.