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Infarmed defende criatividade e planeamento para garantir acesso a medicamentos inovadores

06 mai, 2015 • Anabela Góis

Acesso está cada vez mais condicionado pelos preços. Partidos devem encontrar compromisso com a indústria farmacêutica.

O presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, defende ser preciso criatividade para garantir o acesso a medicamentos inovadores, porque não há dinheiro suficiente no mundo para pagar a todos os doentes.

O responsável da Autoridade Nacional do Medicamento diz ser necessário um compromisso entre os principais partidos para acordos de longo prazo com a indústria farmacêutica.

O acesso aos medicamentos inovadores está cada vez mais condicionado pelos preços, que põem em causa a sustentabilidade do próprio Serviço Nacional de Saúde. A solução passa por alterações a vários níveis. “Tem que se pensar não a um ano ou a dois, mas mais a longo prazo.”

“Tem que haver uma nova atitude, tem de haver inovação também na legislação e na regulação do sector e sobretudo tem de haver envolvimento não só de todos os parceiros do nosso país, inclusivamente os decisores políticos, mas temos de ir mais longe, e tem de incluir um próprio conjunto de países da Comunidade Europeia”, defende.

Segundo Eurico Castro Alves, os políticos estão conscientes deste problema e os partidos têm condições para chegar a um consenso de longo prazo. “Todos os partidos tem pessoas muito qualificadas e muito bem preparadas na área da saúde.”

“Alguém terá que fazer a preparação desta ideia, deste consenso. Temos que pensar a cinco e a dez anos, e como temos de assumir compromissos e pensar soluções, isto passará pelo envolvimento de todos os partidos que hoje, amanhã ou depois estarão no centro de decisão do Governo.”

Eurico Castro Alves considera que este é um compromisso essencial e que interessa a todos, indústria farmacêutica incluída, porque, sem mercado, também não sobrevive.