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Coordenador de doenças oncológicas nega assimetrias regionais

24 abr, 2015

Nuno Miranda diz que Portugal está bem preparado para combater o cancro num futuro em que se estima que uma em cada duas pessoas venha a sofrer da doença.

O coordenador nacional das doenças oncológicas não concorda que haja assimetrias regionais no tratamento do cancro em Portugal.

Apesar de não conhecer o inquérito desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Oncologia, divulgado esta sexta-feira, Nuno Miranda diz que "a assimetria do acesso não é um problema essencial".

"Não temos diferenças significativas ao longo do país até porque a maioria dos doentes é tratada em grandes centros. Tanto os tratamentos cirúrgicos como os tratamentos complementares, na maioria dos casos, são feitos em grandes centros e serão mais ou menos iguais ao longo do país", elabora. 

O oncologista do IPO de Lisboa concorda que há problemas na forma como estamos preparados para tratar o cancro no futuro: "Obviamente que sim. Porque é uma doença com uma incidência crescente e temos de estar preparados para ter cada vez mais doentes. O que está previsto é que em 2030 uma em cada duas pessoas irá ter cancro".

Face a este cenário o coordenador da rede nacional de oncologia adianta que "obviamente é necessário fazer tudo o que podemos para diminuir esta epidemia e, como tal, investir essencialmente na prevenção, que é a única forma de diminuir a incidência da doença".

Sobre a quantidade de oncologistas em Portugal, que, segundo o inquérito serão insuficientes, Nuno Miranda também não concorda. "No curto prazo são suficientes, ou seja, o número de médicos em formação na especialidade de oncologia médica é razoável e, dentro de dois três anos, teremos o número de profissionais necessários para ter uma cobertura razoável no país".