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Demitiram-se chefias do Hospital do Litoral Alentejano

26 fev, 2015

Os médicos queixam-se da falta de material e também da falta de pessoal.

Demitiram-se os médicos que faziam parte da chefia do Hospital do Litoral Alentejano. Terão invocado a degradação das condições de trabalho.

Segundo a carta que enviaram ao director clínico do hospital, a que a agência Lusa teve acesso, os médicos queixam-se da falta de material e também da falta de pessoal.

Falam em desconformidades sistemáticas na escala de urgência, nomeadamente do Atendimento Geral e do Atendimento Pediátrico.

Os clínicos salientam que "a degradação põe em risco a segurança dos doentes que recorrem ao Serviço de Urgência".

Várias demissões em hospitais 
Têm sido várias as demissões nos hospitais nos últimos meses, especialmente direcções de serviços clínicos ou de urgências, alegando falta de condições de trabalho e falhas na qualidade na assistência dos doentes.

Em Janeiro de 2014 a direcção de urgências do Hospital Amadora-Sintra demitiu-se na altura em que se assistia a um pico de afluência. A equipa acabou por manter-se em funções depois da administração ter garantido que a situação foi ultrapassada.

Em Junho de 2014 a administração, a direcção clínica e os directores de departamento do Centro Hospitalar S. João, no Porto, demitiram-se em bloco, alegando não ter condições para continuar a tratar os doentes. O Ministério da Saúde aceitou as propostas dos demissionários e tudo se resolveu.

Já em Setembro de 2014 a directora clínica do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Maria do Céu Machado, demitiu-se sem explicar as razões.

Em Novembro de 2014, 16 chefes do serviço de urgência do Hospital Amadora-Sintra colocaram o lugar à disposição, queixando-se de falta de condições de trabalho e da falta de pessoal.

Já este ano, em Janeiro, sete chefes da equipa do serviço de urgência do Hospital Garcia de Orta, em Almada, apresentaram a demissão queixando-se da sobrelotação do serviço e do internamento. Depois de a administração ter garantido o reforço de médicos especialistas e enfermeiros, a demissão ficou sem efeito.

Em Fevereiro de 2015, 28 dos 33 directores de serviço do Hospital Amadora-Sintra colocaram o lugar à disposição, alegando que a direcção clínica e a administração "não têm conseguido defender os interesses da população e das populações que este serve”. A administração nomeou uma nova directora clínica mas os médicos mantêm-se demissionários

No mesmo mês, o director clínico do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Miguel Oliveira e Silva, pediu para sair alegadamente por incompatibilidades com colegas.