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Estremoz

O sistema solar ao alcance de todos os pés

24 out, 2014 • Rosário Silva

Em corrida ou a pedalar. Girar pelo sistema solar num tempo recorde vai ser possível no fim-de-semana, no Alentejo. A proposta é do Centro de Ciência Viva de Estremoz que leva a cabo a terceira edição da iniciativa “Sol-Duatlo”.

O sistema solar ao alcance de todos os pés
Um duatlo à volta do sistema solar. Estranho? Não, quando nos é explicado que Estremoz tem o único sistema solar à escala, em todo o sul da Europa.

“Pelo concelho, foram espalhados todos os planeta,s bem como o sol, que está no centro da cidade”, explica à Renascença o director executivo do Centro de Ciência Viva de Estremoz (CCVE), Rui Dias, sublinhando que “tanto a dimensão dos planetas como as distâncias entre eles estão a uma mesma escala e é isso que o torna único”.

Em números, para leigos, é mais ou menos assim: o sistema solar local é 414 milhões de vezes mais pequeno de que o verdadeiro. Plutão, por exemplo, tem 5,6 milímetros e mora às portas do castelo de Evoramonte, local de onde se vislumbra um sol com 3,60 metros de diâmetro, a “aquecer” bem no centro da cidade alentejana.

“Se nós quisermos, à mesma escola, representar todo o sistema solar numa folha de papel, vamos precisar de um microscópio extremamente potente para conseguirmos ver os planetas”, explica Rui Dias.

Ao CCVE junta-se, novamente, a Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, que, em colaboração com a Federação de Triatlo de Portugal, concebem um evento que mistura da ciência e o desporto. O “Sol-Duatlo” acontece pela terceira vez, conta com a participação de quase duas centenas de pessoas, entre atletas (há uma prova incluída no campeonato nacional de duatlo) e o público em geral, que vai, de igual forma, poder participar nas diversas actividades científicas, diurnas e nocturnas, previstas para estes dias.

E se “os planetas e as distâncias estão à mesma escala”, o mesmo não acontece com os meios de transporte. Neste caso, os pés ou as bicicletas. “A única coisa que não está à mesma escala são as ‘naves espaciais’ que usamos aqui, ou seja, os ténis e as bicicletas. Se, porventura, estivessem à escala seriam, certamente, mais pequenos que muitos micróbios que andam por aí. Por isso, a rapidez com que percorremos o sistema solar”, diz o responsável do CCVE.

A maior volta ao sistema solar, pelos diferentes meios, tem cerca de 100 quilómetros. Os atletas podem fazê-la num tempo entre quatro a oito horas. Os meros entusiastas vão levar mais algum tempo a percorrer o sistema solar... Nada que assuste os participantes quando o desafio é, exactamente, perceber melhor alguns dos mistérios deste extraordinário Universo em que vivemos.