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Greve dos médicos sem consequências de maior no atendimento

08 jul, 2014

Apesar da paralisação não há registo de grandes atrasos ou problemas, pelo menos, nos serviços onde a reportagem da Renascença esteve. Dirigente sindical aponta para 80% de adesão.

Greve dos médicos sem consequências de maior no atendimento

Até às primeiras horas da manhã, a greve dos médicos está a ter um impacto reduzido junto dos utentes. A Renascença passou, em Lisboa, pelas urgências do Hospital de Santa Maria, pelo Centro de Saúde de Sete Rios e pelas consultas externas do Hospital de São José. No Porto, esteve também no Hospital de São João.

Em qualquer uma das unidades não eram visíveis problemas no atendimento dos utentes que, apesar da greve e do conselho de não recorrerem aos serviços de saúde nos dois dias da paralisação, marcaram presença nos serviços.

Há, no entanto, adesões à greve a registar. No Centro de Saúde de Sete Rios, em Lisboa, por exemplo, estava exposta na porta a lista com os nomes de 10 médicos que não vão estar ao serviço. Já no Hospital de São João, no Porto, também é perceptível que alguns médicos das consultas não estão ao serviço.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM), com o apoio da Ordem dos Médicos, marcou uma greve de 48 horas para este terça e quarta-feira. Os sindicatos apresentam um caderno reivindicativo de 22 pontos, entre eles estão as revogações da classificação dos hospitais públicos e da chamada "lei da rolha" (o Código de Ética) e a reposição de alguns regimes remuneratórios, uma vez que já terminou o programa de assistência financeira.

O ministro diz que os médicos não têm razão e que o processo negocial ainda está em curso.

A FNAM aconselhou os utentes a não saírem de casa sem confirmar as suas consultas devido à greve dos médicos que se iniciou às 00h00. "O utente vai ser afectado pela greve, mas não há risco de vida para ninguém e os serviços mínimos estão assegurados", disse Maria Merlinde Madureira, a presidente da comissão executiva da FNAM, salientando que ainda não existem números de adesão à paralisação.

Sindicatos apontam para adesão elevada
Em declarações à Renascença a dirigente sindical da FNAM, Pilar Vicente, faz uma primeira estimativa da adesão à greve na ordem dos 80%. Os números não são rigorosos e baseiam-se ma observação que fez, por exemplo, nos blocos operatórios do Hospital de São José, em Lisboa.

Questionada pela aparente normalidade nos serviços de consultas, a dirigente sindical explica que muitas foram desmarcadas e que, sinal disso, há muito menos utentes nas salas de espera.

No Porto, os presidentes dos hospitais de São João e de Santo António dizem que ainda cedo para fazer uma avaliação mas admitem que a greve dos médicos pode vir a ter "algum impacto".

Em declarações aos jornalistas, o presidente do Centro Hospitalar de São João, António Ferreira, remeteu para o final da manhã a divulgação de dados concreto sobre a adesão à greve que começou às 00h00 e se prolonga até às 24h00 de quarta-feira. Ainda assim, refere que durante a madrugada correu tudo dentro da normalidade.

[notícia actualizada às 10h45]