Os enfermeiros que vão entrar para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) através dos concursos previstos podem não cobrir as necessidades, admite à Renascença o vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros, Bruno Noronha.
“Estão a decorrer dois concursos – um na ARS Norte, outro na ARS Lisboa Vale do Tejo – para a contratação de cerca de 400 enfermeiros. Mas estes concursos visam, sobretudo, regularizar situações de trabalho que podemos considerar precárias”, explica.
“Os enfermeiros estavam a contrato a termo certo – três ou seis meses – e, abrindo este concurso, podem ver a sua situação regularizada e fazer parte do quadro da administração pública”, acrescenta.
De acordo com as listas de aposentações consultadas pela
Renascença,
250 enfermeiros deixam o SNS de Janeiro a Maio. O mais provável é que as novas contratações não venham suprir as falhas e a partir de Maio a falta de enfermeiros seja ainda mais evidente nos hospitais.
Quanto a médicos, as aposentações apontam para 215 no mesmo período. Na segunda-feira, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou que o Governo pretende contratar 200 médicos para as especialidades de medicina geral e familiar, de modo a compensar, parcialmente, as saídas.
O Ministério da Saúde lidera a lista da Caixa Geral de Aposentações, que vai ter de pagar, a partir de Maio, mais 330 reformas, 23 delas acima de quatro mil euros.
A
Renascença está a tentar obter mais esclarecimentos da parte da tutela.
[Notícia actualizada às 13h00]