ARS confirma que viatura de emergência esteve inoperacional por falta de tripulação

07 abr, 2014

VMER falhou socorro a vítimas de acidente no distrito de Évora.

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo confirma que a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) do Hospital de Évora esteve indisponível por falta de pessoal e, por isso, não participou no socorro às vítimas de um acidente grave, que ocorreu na noite de domingo perto de Reguengos de Monsaraz, em que morreram duas pessoas.

O pedido de socorro chegou ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) pelas 21h25, mas a VMER encontrava-se inoperacional desde as 20h36, “por motivos de doença de um profissional escalado, não tendo sido possível a sua substituição”, explica a ARS, em comunicado.

A viatura de emergência médica do INEM só ficou “operacional às 8h00 da manhã do dia seguinte”, adianta.

“O socorro foi efectivamente prestado. Apesar da inoperacionalidade da VMER do Hospital de Évora, foram enviadas para o local ambulâncias dos Bombeiros Voluntários de Reguengos imediatamente após a triagem inicial efectuada”, sublinha a Administração Regional de Saúde.

O comunicado  indica que, pelas 22h08, o Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora informou o CODU do INEM de que “haveria necessidade de apoio diferenciado no local da ocorrência”.

Como a VMER de Évora não estava disponível e a “ambulância de Suporte Imediato de Vida de Estremoz se encontrava a 45 minutos do local, foi recomendado que os bombeiros se dirigissem para o hospital, que estava a 30 minutos do local”, justifica a ARS Alentejo.

O Administração Regional de Saúde argumenta que “o accionamento de qualquer outro meio diferenciado para o local (fossem as VMER de Portalegre ou de Beja ou o helicóptero do INEM de Beja ou Loures) faria com que qualquer um desses meios chegasse ao local em tempo claramente superior ao do transporte das vítimas ao Hospital de Évora”.

O acidente aconteceu na estrada municipal 514, entre Reguengos de Monsaraz e Telheiro, no distrito de Évora. A ARS Alentejo sublinha que o socorro foi efectivamente prestado aos dois feridos graves resultantes do despiste, feridos que acabaram por morrer já no Hospital Espírito Santo de Évora, hora e meia depois do acidente.

Ainda de acordo com a Administração Regional de Saúde, a taxa de operacionalidade da VMER, desde o início do ano, tem estado acima dos 90%, mas no dia de Natal, quando ocorreu um acidente perto de Montemor, que envolveu dois carros e um cavalo, provocando quatro mortos e quatro feridos graves, a VMER de Évora também não estava operacional.

Esta viatura de emergência médica foi mesmo a que esteve mais tempo parada o ano passado: 1521 horas, segundo a RTP. Numa lista de 18 hospitais, outras três estiveram inoperacionais mais de mil horas, entre elas estão as viaturas do Centro Hospitalar do Oeste e do Hospital Garcia de Orta.

[notícia actualizada às 23h00]