Estudo

Uma em cada 5 famílias deixou de comprar carne ou peixe por falta de dinheiro

01 nov, 2013 • Mara Dionísio

Dados são de um estudo da Direcção-Geral da Saúde e referem-se a 2012. Até ao final do ano, vai ser lançado um trabalho mais abrangente para analisar o impacto da crise económica nos hábitos alimentares.

Uma em cada cinco famílias portuguesas, mais precisamente 22,8%, inquiridas num estudo da Direcção-Geral da Saúde (DGS) admite não ter tido dinheiro para comprar alimentos como carne ou peixe nos últimos três meses de 2012.

Paulo Nogueira, coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, explica à Renascença que foram inquiridos 1.208 agregados familiares nos centros de saúde para se "saber se têm mudado os seus hábitos alimentares". "Daqueles que dizem que sim, 22,8% afirmam que é por razões económicas." 

Os dados constam do estudo "Portugal: Alimentação Saudável em Números 2013", publicado no final de Outubro. O trabalho, de acordo com Paulo Nogueira, mostra que "existem várias razões pelas quais as pessoas dizem que alteraram os seus hábitos alimentares". 

O estudo da DGS acrescenta ainda que quase 30% dos agregados familiares confirmaram ter mudado de hábitos alimentares no período em análise, motivo pelo qual deixaram de comprar alimentos que consideram essenciais. 

Ainda assim, Paulo Nogueira sublinha que a análise sobre os verdadeiros efeitos da crise económica nas escolhas alimentares dos portugueses só será clara quando for publicado um relatório com os dados comparativos dos últimos três anos, facto que "deve acontecer até ao final do ano".

O relatório da DGS indica também que os factores socioeconómicos, o grau de instrução e a situação de emprego influenciam a forma como se escolhe o cabaz de alimentos. Mostram ainda, por exemplo, que a obesidade tende a aumentar quando o rendimento familiar diminui. 

Por outro lado, "há uma franja da população que tem alguma preocupação com a insegurança alimentar". "Aquilo que estamos a monitorizar é a evolução da insegurança alimentar dos portugueses, que nos dizem que têm alguma insegurança. Ou seja, estão preocupados com o assunto, mas as estimativas dos diferentes indicadores que estamos a monitorizar não têm sofrido alterações significativas."


- SE QUISER CONSULTAR O ESTUDO COMPLETO, CLIQUE AQUI -