"Paiaçú ou Pai Grande". Há sermões de Vieira para ouvir e ver em Lisboa

“Paiaçú”, Pai Grande, era como os índios da Amazónia chamavam ao padre António Vieira. A expressão dá título a uma peça que a Cassefaz leva à cena este sábado, no local onde funcionou o primeiro colégio da Companhia de Jesus em Lisboa, a Igreja de S. Roque.

"Paiaçú ou Pai Grande" é “um auto litúrgico, um sermão de sermões” construído a partir de vários textos de Vieira com a “ajuda dramatúrgica” do actor João Grosso, diz o encenador, Miguel Abreu.

O espectáculo estreou-se em 2012 no âmbito da programação do Festival Todos e regressa agora. “Pareceu-nos pertinente dar a conhecer nesta altura a dimensão multi e intercultural do padre António Vieira”, diz.

A mensagem de Vieira, missionário jesuíta que lutou contra a escravatura no Brasil, continua actual. “Ele defendeu de uma forma muito pertinente e com uma grande visão de futuro os direitos do homem, a dignidade humana, o respeito do homem um pelo outro, a igualdade de direitos entre ricos e pobres e combateu a escravatura, lutou para que os escravos, sobretudo índios da Amazónia, fossem libertados. E é tudo isto que, numa síntese de 55 minutos, nós trabalhamos e apresentamos ao público”.

A mensagem de Vieira “é tão cativante que os espectadores ficam presos à força, pertinência, acuidade, e sobretudo à imensa actualidade política, social e humanista deste texto”.

A peça de teatro litúrgico já teve uma primeira sessão, a 22 de Novembro, e vai repetir-se este sábado, às 18h30, e a 13 de Dezembro.