19 nov, 2014
O fadista Carlos do Carmo recebeu o Grammy Latino de Carreira, em Las Vegas, nos Estados Unidos, esta quarta-feira. Dedicou-o a todos os portugueses ("que me querem tão bem e a quem eu quero tão bem") e elogiou "a canção mais bonita do mundo".
Num curto discurso em português, depois de receber o prémio "inesperado" que o surpreendeu, Carlos do Carmo fez uma retrospectiva da sua carreira de 51 anos, "um percurso belo e intenso", enquanto intérprete desta "canção de paixão", uma "canção diferente", "que fala do amor, da tristeza, dos sentimentos, da vida”.
“Gostava de vos dizer que sou português, um país muito antigo, com características muito particulares e com um povo para o qual dá muito prazer cantar”, disse.
O fadista lembrou "grandes poetas portugueses, excelentes compositores musicais e músicos fabulosos" que o acompanharam e lhe permitiram uma carreira de sucesso.
"O fado existe, tem dois séculos de existência e é a música portuguesa que mais dá mais nas vistas", acrescentou, após lembrar aos presentes que Portugal tem outras músicas populares "muito boas mas mal conhecidas".
O fadista recordou que a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) "reconheceu o fado como património da humanidade" e pediu a todos para visitarem Portugal, Lisboa em particular ("a minha cidade, com a luz mais bonita do mundo e a canção mais bonita do mundo").
No final, Carlos do Carmo agradeceu à família, à mulher – "sem ela não estaria aqui" –, aos filhos, aos netos e aos amigos – "devo-lhes muito".
Além de Carlos do Carmo receberam igualmente um Grammy de Carreira, por "Excelência Musical", Willy Chirino, César Costa, o Dúo Dinámico, Los Lobos, Valeria Lynch e Ney Matogrosso. Nesta mesma cerimónia receberam o Prémio do Conselho Directivo da Latin Academy of Recording Arts and Sciences (LARAS) os músicos André Midani e Juan Vicente Torrealba.