Emissão Renascença | Ouvir Online

Algumas curiosidades sobre a resignação de Bento XVI

12 fev, 2013 • Filipe d’Avillez

O Papa escolheu o dia mundial dos doentes para anunciar a sua resignação, precisamente por sentir que a sua saúde está a fragilizar.  

Algumas curiosidades sobre a resignação de Bento XVI
Depois de ouvir o Papa a anunciar que se ia resignar, o Cardeal Sodano disse que a notícia era como um “trovão num céu sereno”. Horas mais tarde, um fotógrafo registou a imagem de um relâmpago a acertar num pára-raios na Santa Sé. A imagem correu mundo e figura hoje na capa de álguns jornais. O momento ficou também registado em vídeo.
Depois de ouvir o Papa a anunciar que se ia resignar, o Cardeal Sodano disse que a notícia era como um “trovão num céu sereno”. Horas mais tarde um fotógrafo registou a imagem de um relâmpago a acertar num pára-raios na Santa Sé.

Bento XVI será o sexto ou sétimo Papa a resignar – havendo dúvidas em relação aos factos históricos que rodearam o fim do pontificado de Clemente I, no primeiro século. Mas o único caso comparável ao de Bento XVI é o de Celestino V, que resignou por vontade própria e não por qualquer factor externo. Quando o Papa visitou as relíquias de Celestino V no dia 4 de Julho de 2010, deixou o seu pálio, símbolo da sua autoridade, no túmulo.

Segundo o L'Osservatore Romano, depois da viagem de Bento XVI a Cuba o Papa, que regressou exausto, confessou que estava a pensar resignar. A visita foi em Março de 2012.

A data escolhida pelo Papa para anunciar a sua resignação, por motivos de fragilidade de saúde, foi 11 de Fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes e dia Mundial do Doente.

O Papa cumpriu 24 viagens apostólicas para fora de Itália, algumas das quais foram históricas. Foi o primeiro a fazer uma visita de Estado ao Reino Unido, sendo recebido por Isabel II e pelo primeiro-ministro e falando no parlamento em Londres. Visitou também Cuba, um Estado comunista, e a Terra Santa, bem como a Turquia e, por fim, o Líbano. Em todas as visitas, quase sem excepção, as previsões apontavam para um fracasso mas o balanço acabava sempre por ser muito positivo. A visita a Portugal foi particularmente importante e teve efeitos notórios para Bento XVI, que disse que saía do país com um novo fôlego.

O sucessor de Bento XVI será eleito por 117 cardeais eleitores. Neste momento existem 118 eleitores, mas um deles, o Patriarca emérito da Igreja Greco-católica da Ucrânia, faz 80 anos a 26 de Fevereiro e por isso será excluído do conclave.

Mais dois cardeais fazem 80 anos antes do início provável do conclave, mas as regras estipulam que são excluídos aqueles que cumprem 80 anos até à véspera do começo da “sede vacante”, como se designa o estado da Igreja sem Papa em funções, pelo que o Cardeal Kasper e o Cardeal Poletto poderão participar no conclave.

Caso não seja substituído antes da resignação do Papa, o Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, tornar-se-á o Patriarca católico mais velho da Igreja Católica, com 77 anos feitos no dia 26 de Fevereiro. Existem 11 patriarcas católicos, incluindo o Papa.

No conclave, salvo alguma situação inesperada, haverá sete cardeais lusófonos, dois portugueses e cinco brasileiros. Haverá contudo pelo menos mais um que fala fluentemente português, o Cardeal americano Sean O’Malley, que é apontado como um dos nomes mais influentes por entre os participantes do Conclave.


Não perca o documentário Do Amor à Verdade, sobre o pontificado de Bento XVI, disponível no site da Renascença.