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“Madre Teresa era uma mulher profundamente apaixonada por Jesus”

09 dez, 2012 • Aura Miguel

Confessor de Madre Teresa esteve em Lisboa. À Renascença fez uma descrição da mulher heróica e explicou o que é preciso para que avance a sua causa de canonização.  

“Madre Teresa era uma mulher profundamente apaixonada por Jesus”
Brian Kolodiejchuk foi confessor da Madre Teresa e é o autor do famoso livro com as cartas que ela lhe escreveu, um best-seller mundial publicado em Portugal pela Alêtheia intitulado: “Vem! Sê a Minha Luz”

O Padre Brian é postulador da canonização de Madre Teresa de Calcutá e falou com a Renascença durante uma recente estadia em Lisboa.

Para que a madre Teresa seja proclamada Santa, explica o postulador, são precisas cinco coisas mas tudo começa com a oração. “A coisa mais importante é que as pessoas rezem. Precisamos de um milagre e para isso é preciso que, em primeiro lugar, alguém reze e peça a intercessão de Madre Teresa, segundo Madre Teresa tem de interceder, terceiro Deus tem de fazer o milagre, quarto alguém tem de nos informar e só depois é que nós entramos e começamos a trabalhar.”

Este sacerdote canadiano conheceu Madre Teresa de Calcutá no final dos anos 70 quando se juntou a um grupo de contemplativos que a freira tinha acabado de fundar. Acabou por integrar também o ramo sacerdotal da ordem de madre Teresa, os Padres Missionários da Caridade e tornou-se confessor e confidente da superiora.

Tendo-a conhecido tão profundamente não tem dúvidas em descrevê-la como uma mulher apaixonada: “Uma breve descrição de madre Teresa pode ser de uma mulher fortemente apaixonada por Jesus. Considerava-se esposa de Jesus. Pude constatar isso em 20 anos de convívio com ela. Ela vivia mesmo este amor apaixonado por Jesus e agora descobrimos que o viveu de modo puro e despojado, ou seja, estava tão profundamente unida a ele que ele partilhou com ela a sua dor e sofrimento.”

“A sua vida é heróica, como de todos os santos, mas se me perguntar qual é para mim o seu aspecto mais heróico digo-lhe que é essa fase de escuridão extraordinária”, conclui.

Esse heroísmo via-se no trabalho exercido por Madre Teresa com os pobres e moribundos das ruas de Calcutá, mas era particularmente notável nas pequenas coisas, explica o padre Brian: “O modo como fazia as pequenas coisas, por exemplo o entrar na capela, fazer a genuflexão, tomar a água benta, fazer o sinal da cruz. Fazia estas coisas pequenas extraordinariamente bem. Como dizia: nas pequenas coisas, um grande amor, nas coisas comuns um amor extraordinário.”

“É por isso que podemos imitar a madre Teresa”, diz o sacerdote.