Papa envia mensagem para Portugal a participantes no “Átrio dos Gentios”

O "Átrio dos Gentios" está a abrir portas em Guimarães e vai estender-se amanhã a Braga, numa iniciativa do Vaticano para o diálogo entre crentes e não crentes. Num gesto pouco comum, o Papa dirigiu uma mensagem directamente a quem está a participar. 

O Papa sublinha o facto de crentes e não crentes se terem reunido à volta do “valor da vida, sobre a maré crescente da cultura de morte em que vivemos”.

“O dom sagrado da vida é uma herança moral da humanidade”, diz Bento XVI, “cada um de nós não é produto do acaso, é pensado e amado por Deus, e para defender melhor o valor da vida, ajuda-nos a morte, sobretudo a morte de alguém querido”.

“É aqui também que se percebe o valor do amor infinito por cada pessoa, mesmo quando a modernidade faz com que o homem tenha a tentação de se fechar num ‘bunker’ sem janela”, lembra o Papa. “A certa altura é preciso ar e luz para sobreviver”.

O Papa lembra que todos precisam de Deus e convida inclusivamente os que se dizem não crentes a colocarem esta hipótese de Deus, de viverem como se Deus existisse, de fazer essa experiência.

Nesta mensagem o Papa recorda que quem se abre a Deus encontra os homens e vive aberto ao mundo. Incentiva todas as pessoas, homens de cultura, da ciência, que adiram a esta iniciativa do “Átrio dos Gentios” e que se disponham ao diálogo com todos sobre a questão de Deus.   

Também falou D. Carlos Azevedo, em nome do Conselho Pontifício para a Cultura, e também D. Jorge Ortiga, que afirmou que a Igreja não tenha nenhuma intenção de converter ninguém, mas que quer sim com esta iniciativa sair de trás dos seus muros para dialogar com o mundo da cultura.

Foi executado o hino do “Átrio dos Gentios”, cuja letra começa por dizer “coração, átrio do mundo” e tomará mais tarde a palavra o professor Marcelo Rebelo de Sousa com uma conferencia intitulada “Identidade e Sentido da Vida de um Povo”.