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Padre Lombardi diz que não tem falta de acesso ao Papa

11 set, 2012 • Filipe d'Avillez

Director da sala de imprensa da Santa Sé lembra que não é um porta-voz pessoal de Bento XVI, mas diz que se encontra com ele com regularidade.

O director da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, nega que tenha falta de acesso directo a Bento XVI, recordando que a sua função não é ser um porta-voz do Papa.

“As pessoas dizem frequentemente que eu sou porta-voz pessoal de Bento XVI, mas não sou. Sou director da sala de imprensa da Santa Sé. O meu trabalho a falar sobre o Papa ocupa só uma pequena parte do meu dia”, afirmou o sacerdote à Renascença.

O padre Lombardi explicou que o seu dia-a-dia inclui lidar com os cerca de 400 padres acreditados junto da Santa Sé, preparar os boletins diários que são publicados no site do Vaticano e supervisionar o trabalho de vários gabinetes, incluindo a Rádio Vaticano, que produz programação em 40 linguas, que é retransmitido em mais de mil estações de rádio diferentes, por todo o mundo.

Contudo, o director da sala de imprensa da Santa Sé é muitas vezes a pessoa a quem os jornalistas procuram para responder a questões que têm a ver com o Papa e com as suas actividades. Ele explica que para se preparar para essas questões dispõe do muitas oportunidades para contactar com Bento XVI: “Encontro-me com ele sempre depois de ele receber um Chefe de Estado ou um Primeiro-ministro e ele explica-me o mais importante do que se passou nesse encontro. Também temos um almoço de trabalho no fim de cada viagem que ele faz ao estrangeiro, para discutir a cobertura mediática”.

Fora dessas ocasiões, porém, o padre Lombardi deixou claro que não tem acesso directo ao Papa. “Se for preciso posso sempre ligar para o seu secretário pessoal, o padre Ganswein, e ele depois pergunta ao Papa e responde-me. Estou também em contacto permanente, no dia-a-dia com os mais altos funcionários da Secretaria de Estado”.

Mais à frente, contudo, o padre Lombardi deu a entender que essa comunicação nem sempre é tão eficiente quanto desejaria. O Vaticano contratou há cerca de dois meses um jornalista americano para ajudar a aperfeiçoar as relações com os media. Greg Burke trabalha directamente na Secretaria de Estado e um dos jornalistas que esteve presente hoje no encontro com o padre Federico Lombardi perguntou como estava a correr a sua integração.

“Ainda é cedo, estamos numa fase experimental”, respondeu Lombardi, “mas ele está na Secretaria de Estado e isso é uma vantagem, porque ele pode-me avisar de coisas e dar conselhos, porque da Secretaria de Estado nem sempre se lembram de comunicar com a sala de imprensa”.

O padre Lombardi falava com um grupo de jornalistas que participam num curso que está a decorrer em Roma na Universidade de Santa Croce, dias antes de uma das mais importantes e sensíveis viagens do Papa Bento XVI que parte na Sexta-feira para o Líbano.