Primeiro bispo condenado por escândalo de abusos na América
07 set, 2012
Bispo Robert W. Finn é acusado de ter encoberto um padre e predador sexual que tirava fotografias pornográficas a meninas.
Um bispo americano foi ontem condenado em tribunal por não ter denunciado ou agido de forma eficaz perante um caso claro de abusos sexuais sobre menores na Igreja.
O responsável da diocese de Kansas City, bispo Robert W. Finn, foi condenado a dois anos de liberdade vigiada, sob supervisão do tribunal. Terá ainda de frequentar um curso de detecção precoce de abusos sobre crianças e ainda criar um fundo de 10 mil dólares para financiar o aconselhamento das vítimas.
Robert Finn não estava acusado de qualquer forma de abuso, mas sim de não ter agido eficazmente para evitar que o padre Shawn Ratigan abusasse de crianças.
A diocese tomou conhecimento dos problemas de Ratigan quando este levou o seu computador para ser arranjado. Um funcionário da loja descobriu fotografias pornográficas de meninas e informou a diocese. Ratigan tentou suicidar-se, mas foi hospitalizado e recuperou. Foi então enviado para viver num mosteiro e alertado para não voltar a ter contacto com crianças. Mas as autoridades nunca foram avisadas e Ratigan acabou por ter amplo contacto com menores nos anos seguintes.
Antes de Finn, um alto funcionário da diocese já tinha sido condenado a pena efectiva de prisão por confessar ter encobrido casos de abusos na diocese. O bispo, contudo, negou ter tido conhecimento directo de muitos dos casos, mas torna-se agora a figura mais alta da igreja americana a ser condenado no âmbito de um escândalo que a tem abalado nos últimos anos.
O próprio Ratigan está a aguardar a sua sentença, depois de ter confessado os crimes de que é acusado.
Antes da leitura da sentença de Robert Finn, o bispo fez uma declaração no tribunal, no qual agradeceu aos tribunais e à procuradoria terem permitido que o caso fosse encerrado de forma rápida e que “a protecção das crianças é da maior importância”.
Disse ainda que estava arrependido e pedia desculpa “por toda a dor que estes eventos causaram”, avança a edição de hoje do jornal New York Times.