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Bispo do Porto reafirma que portugueses são fortes e devem olhar em frente

21 mai, 2012

D. Manuel Clemente lembrou o livro “Os descobridores” para provar que Portugal tem tudo para sair da crise.

Bispo do Porto reafirma que portugueses são fortes e devem olhar em frente

Os portugueses de hoje têm a mesma força dos portugueses dos Descobrimentos, disse D. Manuel Clemente. O Bispo do Porto foi esta noite o convidado das tertúlias da Livraria Ferin, em Lisboa, em torno dos livros. D. Manuel Clemente falou a propósito do livro "Os descobridores", do americano Daniel Boorstin.

Nas 700 páginas do livro esgotado na edição portuguesa, o escritor americano Daniel Boorstin escreve que os Descobrimentos portugueses "exigiram um programa nacional progressivo que possibilitou o avanço até ao desconhecido".

D. Manuel Clemente, que defende que cada tempo cria o seu espaço e que cada época faz o mundo que lhe convém, recolhe hoje no terreno testemunhos de esperança, mesmo num país em crise.

“Contacto muito com as realidades locais. Ainda há dias estive a jantar com industriais do calçado, gente inovadora, corajosa, as coisas funcionam, conquistam mercado no estrangeiro, impõem-se mesmo em mercados difíceis como o italiano, está no povo português. Faz parte do DNA”, disse.

E foi este DNA de força que nos levou pelos Descobrimentos de que Daniel Boorstin fala no seu livro que tropeçou na crise, mas que servirá para nos levar a levantar de novo a cabeça, conclui D. Manuel Clemente.    

“Falhou um crescimento que nem sempre foi desenvolvimento, foi às vezes mais quantitativo do que propriamente qualitativo, falhou o acesso rápido de mais a uma série de bens de consumo que foi assim para alguns, mas que manteve também grandes assimetrias noutros, falhou a quebra do financiamento externo do qual estávamos muito dependentes e – diferentemente do que aconteceu noutras épocas – agora estamos muito mais dependentes do exterior do que estávamos há 500 anos. Agora o quadro é novo, essas dependências internacionais são o que são, os nossos compromissos também, mas nós somos os mesmos e temos que ir para a frente”, acrescenta.