Oposição acusa Igreja cubana de ser demasiado próxima do regime

09 mai, 2012

Jornalista apelidou Cardeal Ortega de ser um lacaio dos irmãos Castro e de estar em conluio com o regime. Igreja diz que palavras de Ortega foram retiradas de contexto.

Oposição acusa Igreja cubana de ser demasiado próxima do regime
Os movimentos da oposição ao regime cubano criticaram duramente o Cardeal Jaime Ortega, Arcebispo de Havana, acusando-o de estar em conluio com o regime.

Em causa está a denúncia por parte de Ortega dos manifestantes que ocuparam sete igrejas cubanas, incluindo a Catedral de Havana, em vésperas da visita do Papa à ilha, no passado mês de Março.

O Cardeal falava numa conferência em Harvard quando fez as suas declarações, alegando por exemplo que entre os ocupantes estavam ex-reclusos e que recebiam as suas ordens de Miami.

Num editorial publicado no site da Radio e TV Martí, um órgão dirigido à diáspora cubana e que é financiado pelo Governo americano, o director Carlos A. García-Pérez chegou a apelidar o Cardeal de “lacaio” do regime e de estar em “conluio” com Raul Castro. O editorial foi mais tarde retirado.

Um porta-voz do Cardeal lamentou as criticas e insistiu que as palavras do Cardeal foram retiradas de contexto.

A ocupação da catedral e outras seis igrejas em Cuba foi duramente criticada pela Igreja cubana em Março, que defendeu que os templos não devem ser transformados em trincheiras políticas. No caso de Havana o Cardeal chegou a chamar as forças da ordem para retirar os dissidentes.

A Igreja em Cuba tem sido fundamental para conseguir a libertação de presos políticos e facilitar algumas transições do regime, no sentido de uma maior abertura. Contudo, alguns dos opositores temem que as relações entre o Cardeal e o Governo se tenham tornado demasiado próximas.